quarta-feira, 28 de maio de 2014

NÓS, OS DUROS

Título Original: Noi Duri
Diretor: Camillo Mastrocinque
Ano: 1960
País de Origem: Itália
Duração: 97min

Sinopse: Não se trata de quebradeira. "Duros", no caso, refere-se a policiais que não dão moleza a bandidos.Um agente do FBI investiga um bando de traficantes de drogas na França. Com o objetivo de penetrar nos segredos de uma casa noturna, ele cria uma orquestra constituída por elementos da banda de música da polícia. É a primeira vez no cinema que uma banda persegue um bando onde a droga abunda. Totó, em participação especial, interpreta um chefe do tráfico chamado O Argelino, centralizando quase todo o humor da peça. Uma das passagens mais interessantes é sua chegada ao aeroporto enfrentando os rigores da alfândega.

Comentário: O filme é bem divertido, seria até difícil classificá-lo: uma comédia noir musical. Tem alguns furos no roteiro e uns clichês, mas cumpre seu papel no quesito entretenimento sem ser levado a sério. Um final bem esquisito. O cantor Fred Buscaglione interpreta quase um alter ego chamado Fred Bombardone, as músicas são bem legais e além de ser um ponto alto do filme é parte importante para o próprio desenrolar do mesmo. Belas mulheres, risadas, tiros, música e a participação especial de Totó (um importante comediante italiano) é diversão garantida.

ASSASSINATO S.A.

Título Original: Murder, Inc.
Diretores: Burt Balaban & Stuart Rosenberg
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 103min

Sinopse: Adaptação do livro escrito pelo Oficial de Justiça Burton Turkus, o filme descreve a ascensão e queda de uma organização criminosa intitulada "Murder, Incorporated". O assassinato se tornou algo lucrativo e organizado, levando o terror para quem não pagava proteção.

Comentário: Uma verdadeira obra prima, seu único defeito é perder um pouco o ritmo em alguns momentos, de resto é espetacular. Peter Falk é praticamente o pai de Joe Pesci nos filmes do Scorsese, tinha horas que parecia que eu estava vendo algum filme perdido do Scorsese com o Pesci. É um filme de gangsters, tem alguns clichês, mas no geral não deixa nada a desejar para obras primas do gênero. Gostei muito, uma pena este filme ser desconhecido do grande público. Qualquer pessoa fã de filme de gângster e principalmente do Scorsese vai curtir este filme.


terça-feira, 27 de maio de 2014

NUNCA AOS DOMINGOS

Título Original: Pote Tin Kyriaki
Diretor: Jules Dassin
Ano: 1960
País de Origem: Grécia
Duração: 97min

Sinopse: O americano Homer Thrace (Jules Dassin) ao visitar uma cidade do litoral grego conhece uma bela prostituta, Ilya (Melina Mercouri). Extremamente extrovertida, Ilya só aceita como cliente quem ela simpatiza. Homer fica fascinado por ela, tenta convencê-la a estudar e largar este tipo de vida.

Comentário: Primeiramente não tem como não falar da atuação de Melina Mercouri que está sensacional, mais que merecido o prêmio de atuação em Cannes. Merecia o Oscar que foi pra Elizabeth Taylor em Disque Butterfield 8. O filme é muito bom, o diretor Jules Dassin parece contar meio que por tabela a própria história, já que teve que se adaptar a cultura grega após se exilar na Grécia por ser caçado pela comissão anti-comunistas nos EUA. Mas não é aí que o filme realmente quer tocar, mas sim nesta mania irritante das pessoas imporem seus valores as outras. Moral da história: Vai ser feliz do jeito que você é e foda-se o que os outros pensam! Filme mais que obrigatório!


QUANDO A MULHER SOBE A ESCADA

Título Original: Onna ga Kaidan wo Agaru Toki
Diretor: Mikio Naruse
Ano: 1960
País de Origem: Japão
Duração: 111min

Sinopse: Uma atraente viuva é forçada a ganhar a vida como hostess de um bar. Ela sabe que, se perder o emprego, a única profissão aberta a ela á a mais velha do mundo. Mas quando o pior acontece, ela aprende a viver consigo mesma, mesmo à custa de seus valores.

Comentário: Outra boa surpresa dos filmes japoneses, um filme muito bom, lá pela metade ele fica um pouco cansativo, dá uma travada. O tempo demora para passar. O diretor consegue segurar, coloca o filme nos eixos de novo e dá um desfecho perfeito e emocionante. Com diálogos leves, somos levados a nos indagar como uma mulher é tratada em uma sociedade machista como a do Japão, depois somos levados além, pensamos em como nossa sociedade é machista e mascarada igualzinha a do Japão. Mulheres são tratadas como meros objetos pela maioria dos homens, e ao meu ver é nessa ferida que o filme tenta tocar.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O ÁLAMO

Título Original: The Alamo
Diretor: John Wayne
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 167min

Sinopse: Em 1836, o general Santa Anna (Ruben Padilla) e o exército mexicano estão varrendo o Texas. Para poder detê-lo, o general Sam Huston (Richard Boone) precisa de tempo para criar uma resistência. Tentando obter este tempo, ele ordena que o coronel William Travis (Laurence Harvey) defenda uma pequena missão a todo custo na rota dos mexicanos. A pequena tropa de Travis recebe o reforço de grupos que acompanham Jim Bowie (Richard Widmark) e Davy Crockett (John Wayne), mas a situação se torna desesperadora. Travis deixa claro que não haverá vergonha se eles partirem enquanto podem, mas cento e oitenta e dois homens decidem fazer uma resistência heróica no forte Álamo.

Comentário: Tinha que publicar este filme hoje em homenagem ao Duke, afinal hoje é aniversário dele. John Wayne dirige este filme com maestria, as cenas são grandiosas e o elenco está muito bem. É um momento história americano, então pra gente não tem o mesmo impacto, eu mesmo não curto muito esse blá blá blá americano onde soldados se sacrificam pelo bem do país. Mas é preciso separar esses pontos negativos dos positivos. Pra quem gosta de um bom western, como eu, é uma boa pedida, mas não é o melhor filme do John Wayne pra se assistir. Fúria no Alasca, por exemplo, diverte mais.


A TEIA DE RENDA NEGRA

Título Original: Midnight Lace
Diretor: David Miller
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 107min

Sinopse: Kit (Doris Day) e Anthony Preston (Rex Harrison) nunca tiveram uma lua-de-mel de verdade, para finalmente sentirem que estão juntos, eles estão esperando sair de Londres. Nos dias que se sucedem a empresa de Tony anda sob muita pressão de trabalho, e Kit passa pela estranha situação de escutar seu nome ser chamado por uma voz desconhecida numa noite de neblina. No dia seguinte, eles começam a receber estranhas ligações telefônicas. Há um novo e esquisito morador no quarteirão, e também um arquiteto que insiste em aparecer nas redondezas do apartamento dos Preston. Será que uma perigosa e estranha situação está se desenrolando, ou seria apenas a fértil imaginação de Kit?

Comentário: Doris Day não está nos seus melhores dias, mas mesmo assim rouba a cena. Matei o filme na metade, mas mesmo assim não deixa de ser interessante. Algumas cenas a gente para de respirar de nervoso e é isto que conta como ponto positivo... essa atmosfera Hitchcockiana. O filme é uma produção americana, mas foi realmente filmado em Londres, dando um clima mais sombrio.


sábado, 24 de maio de 2014

O NONO MANDAMENTO

Título Original: Strangers When We Meet
Diretor: Richard Quine
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 117min

Sinopse: Larry Coe (Kirk Douglas) é um arquiteto bem sucedido que deixa de amar Eve Coe (Barbara Rush), sua esposa. Um dia ele conhece Maggie Gault (Kim Novak), sua vizinha, que tem um marido que perdeu o interesse sexual por ela. Neste contexto eles começam a ter um affair, mas logo estão se amando intensamente.

Comentário: Assisti ao filme sem esperar muito, mas foi uma grande surpresa. Não existe absolutamente nada no filme que seja ruim, tudo é muito bem orquestrado. As metáforas entre a construção da casa e a destruição da vida familiar dos personagens fazem a gente pensar muitas coisas a respeito de seus sentimentos, sonhos e realidades. As situações são tão reais que parece que você conhece os personagens. Mesmo Kirk Douglas com aquele jeito canastrão, que eu curto muito, convence. Kim Novak merecia uma indicação ao Oscar. Todo o elenco convence, tudo no filme convence! Quando o filme acabou fiquei pensando que ele amava mais ela do que ela a ele, mas como se mede o amor?

O MENSAGEIRO TRAPALHÃO

Título Original: The Bellboy
Diretor: Jerry Lewis
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 72min

Sinopse: Tudo pode dar errado - e dá - quando Lewis encarna Stanley, um mensageiro mudo e atrapalhado, no sofisticado Hotel Fontainebleau, em Miami Beach, na Flórida. Hóspedes podem chegar e partir, mas Stanley está de serviço dia após dia no elegante resort, experimentando toda sorte de catástrofes, incluindo embates com hóspedes de topless, chaves trocadas e telefonemas invertidos. Primeiro filme dirigido por Jerry Lewis.

Comentário: O filme é formado por várias pequenas situações, sem ter uma história linear com começo, meio e fim. Um filme difícil de analisar, pois é estranho ver como comédia é um gênero relacionado ao tempo em que vivemos, algumas piadas perdem a graça, porém eram originais em 1960. Jerry Lewis dá um show de interpretação. Existem cenas realmente brilhantes e outra completamente idiotas (mas talvez sejam idiotas pra gente que vive no futuro em pleno século XXI)... Vale a pena a conferida.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

RUA MARGUTTA

Título Original: Via Margutta
Diretor: Mario Camerini
Ano: 1960
País de Origem: Itália
Duração: 101min

Sinopse: "Via Margutta" é o nome de uma famosa rua de Roma onde vários artistas iniciantes passaram e ainda passam um tempo na esperança de um dia alcançarem a fama. O filme analisa as personalidades de alguns amigos que dividiam o mesmo teto e os acontecimentos que surgiram em um determinado período do início da década de 60 do século passado. A ansiedade da glória e as atribulações oriundas da convivência fazem deste filme uma excelente comédia recheada de dramas. Algumas tradições da vida do campo na Itália são abordadas.

Comentário: Uma bela surpresa de filme! Os personagens são muito bem construídos, e este é o trunfo do filme, você vai se apegando a todos eles conforme suas histórias vão aparecendo na tela. Fico me perguntando se a Rua Margutta ainda é um reduto de artistas como nos anos 60. Um filme desconhecido, mas que apesar de não ser uma obra prima de primeira grandeza, por mim é recomendadíssimo. Tem um pouco de tudo, drama, comédia, romance... e é aquele filme que fica com um gostinho de quero mais.


A ILHA NUA

Título Original: Hadaka no Shima
Diretor: Kaneto Shindō
Ano: 1960
País de Origem: Japão
Duração: 95min

Sinopse: Passado em uma pequena ilha no sudoeste do Japão, o filme descreve a rotina de uma família de agricultores e sua dura jornada diária pela sobrevivência. 

Comentário: Um filme contemplativo, onde não há diálogos e a trilha sonora tenta completar a mudez do filme que paira entre os personagens. A primeira meia hora do filme é extremamente repetitiva, mas quando ela passa, somos acordados com o primeiro choque, e parece que passou só dez minutos. O filme é lindo, poético e extremamente sensorial. Um filme para poucos, um dos melhores filmes japoneses que assisti em toda a minha vida. Tudo é muito aberto, você fica imaginando o que aquele povo pensa, com o que eles sonham, como será o futuro deles... Enfim, tudo é suposição e é aí que mora a beleza do filme. Extremamente patriótico, tenta retratar a força do povo japonês, que passa por cima de qualquer adversidade. Quando assisti estava preparado pra assistir um filme parado e difícil de assistir... Tudo bem que o filme pode até ser parado, mas está longe de ser difícil de assistir. Brilhante!


quinta-feira, 22 de maio de 2014

PEREGRINOS DA ESPERANÇA

Título Original: The Sundowners
Diretor: Fred Zinnemann
Ano: 1960
País de Origem: Inglaterra
Duração: 128min

Sinopse: Paddy (Robert Mitchum), Ida (Deborah Kerr) e Sean (Michael Anderson Jr.) formam a família Carmody no deserto australiano. Mãe e filho são visionários e querem comprar uma nova fazenda para tentar prosperar, mas Paddy não gosta da idéia e prefere continuar do jeito que está; até o dia que este participa de uma competição que envolve seu melhor feitio: as ovelhas.

Comentário: Um filme despretensioso que até certo ponto caminha muito bem. Se estende, fica cansativo e como em um golpe de misericórdia, chega ao seu final jogando merda no ventilador. Não recomendo, tem coisas muito melhores pra assistir. O filme só não tem uma nota menor porque até um pouco mais que a metade é bem legal de se assistir. Mitchum, Ustinov e Kerr estão muito bem no papel. Deborah Kerr inclusive foi indicada ao Oscar, perdeu de Elizabeth Taylor, mas não daria aquele Oscar pra nenhuma das duas. Apesar de ser uma produção inglesa, o filme se passa na Austrália, não sei se ele foi filmado realmente lá, mas o clima é bem australiano mesmo.


A CRIADA HANYO

Título Original: Hanyo
Diretor: Ki-young Kim
Ano: 1960
País de Origem: Coreia do Sul
Duração: 111min

Sinopse: O filme é um thriller de horror doméstico Um compositor de piano acaba de se mudar para uma casa de dois andares com sua esposa e dois filhos. Quando sua esposa grávida fica exausta de trabalhar em uma máquina de costura para sustentar a família, o compositor contrata uma empregada para ajudar com o trabalho da casa. A empregada doméstica tem comportamento estranho, pegando ratos com as mãos, espionando o compositor, seduzindo-o e tornando-se grávida dele.

Comentário: O filme é um terror psicológico, datado pra esta geração criada a "Jogos Mortais" ou "O Albergue", mas no quesito nervosismo o filme te tira da cadeira. Tem horas que você que dar porrada na cara da empregada, depois você quer dar umas bofetadas na cara do marido, pra finalmente você querer chutar a boca da esposa... enfim... Surgem tantas situações absurdas na tela que fica difícil para nós, ocidentais do ano 2000, entrar no filme, mas nada que estrague a sensação de indignação e irritação com as situações que o filme vai te jogando no colo. Como diria Renato Russo: "Filme estranho com gente esquisita..."

quarta-feira, 21 de maio de 2014

FÚRIA NO ALASCA

Título Original: North to Alaska
Diretor: Henry Hathaway
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 122min

Sinopse: Faroeste que mistura comédia e aventura, cuja ação ambientada durante a corrida do ouro no Alasca, conta a história dos amigos Sam (Wayne) e George (Stewart Granger) se aventurando no garimpo. George pede a Sam que busque sua namorada Jennie em Seattle. Mas quando Sam descobre que ela casou-se com outro, ele arquiteta um plano para levar um novo amor para George e convida uma bela dançarina (Capucine) para ser a substituta de Jennie.

Comentário: Sou muitíssimo suspeito para falar sobre qualquer filme com o John Wayne, quem me conhece sabe como ele é o meu grande ídolo do cinema. Os filmes dele, dirigidos pelo Henry Hathaway, só não ganham dos dirigidos pelo icônico John Ford. Este filme não é uma obra prima, está longe dos melhores trabalhos do Duke, mas é extremamente divertido, leve e propício para aquele dia chuvoso com um pote de pipoca do lado. Capucine enche os olhos de qualquer um, Granger também está muito bem no papel e de quebra tem uma cena em que o personagem de Wayne sofre de uma crise de ciúmes que me tirou gargalhadas, coisa que não fazia faz tempo em um filme. Se você quer um filme pra relaxar, sem precisar levar o cinema-arte muito a sério... este é o filme que eu indico!


O VAPOR HUMANO

Título Original: Gasu Ningen dai Ichigo
Diretor: Ishirô Honda
Ano: 1960
País de Origem: Japão
Duração: 91min

Sinopse: Uma onda de assaltos a banco assola Tóquio. No rastro do possí­vel criminoso, o detetive Kenji Okamoto acaba nas portas da casa de Fujichiyo Kasuga, uma bela dançarina que há muito tempo não apresenta-se para o público. A coincidência incomoda Okamoto e desperta o interesse da repórter Kyoko Kouno, que passa a investigar o mistério por conta própria. O cerco a Fujichiyo impele Mizuno, o namorado da dançarina, a sair das sombras e assumir a culpa pelos crimes. O que parece um caso encerrado dá uma guinada para o fantástico quando Mizuno revela poder transforma-se em vapor, escapando das autoridades e iniciando uma corrida contra o tempo para eliminar Mizuno antes que ele decida usar seus poderes para atos mais escabrosos do que ganho monetário.

Comentário: O que chama a atenção em assistir ao filme é por ser dirigido por Ishirô Honda, o pai do famoso Godzilla, então se você é um fã do lagartão destruidor de prédios vai querer assistir este filme por levar o nome de Honda. O filme começa excelente, não devendo nada para filmes noir de primeira grandeza, mas vai decaindo aos poucos. Tem vários momentos, depois da metade, em que você fica pensando "WTF???"... É meio bizarro, é meio trash, meio lado B, esquisito, engraçado... é uma mistura de tudo... não lembrando em nada o clima noir do começo. O final cai um pouco no clichê, mas é diversão garantida, sem precisar pedir seu dinheiro de volta.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA

Título Original: Inherit The Wind
Diretor: Stanley Kramer
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 128min

Sinopse: O famoso caso ocorrido em 1925, no estado americano do Tennesse, quando o professor John Thomas Scopes foi julgado criminalmente por ensinar a teoria da evolução de Darwin em uma escola pública. ''O Julgamento do Macaco'' (Monkey Trial), como ficou conhecido, teve repercussão mundial pela batalha travada pelos advogados de acusação e defesa. Durante o julgamento, que durou onze dias e foi o primeiro a ser transmitido por rádio, a defesa foi impedida pelo juiz de apresentar cientistas como testemunhas em favor da teoria da evolução. Baseado no romance de J. Lawrence e Robert E. Lee, escrito em 1951

Comentário: Um filme extremamente subestimado e desconhecido do público em geral nos dias de hoje (Teve 4 indicações ao Oscar na época), mas que é excelente e se mantém muito atual ainda nos dias de hoje. O filme é sobre o eterno conflito entre ciência e religião, que para minha grande surpresa, ainda acontece nos dias de hoje. Quando a gente pensa que é baseado em uma história real, o filme se torna quase surreal. Deviam passar em todas as escolas e igrejas, os diálogos são excelentes, o desenrolar é muito bom e existem cenas que realmente marcam pra valer. Mais do que recomendado!


DISQUE BUTTERFIELD 8

Título Original: Butterfield 8
Diretor: Daniel Mann
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 108min

Sinopse: Gloria Wandrous (Elizabeth Taylor) é atormentada por contraditórios impulsos de consciência e desejo. Vitimada por uma experiência traumática no início da adolescência, por uma mãe que se recusa a encarar os fatos, mas acima de tudo por sua própria moral irresponsável, ela vai de um caso ilícito até outro. Até que de repente ela se apaixona realmente por Weston Liggett (Laurence Harvey), um homem casado que tem vários tipos de problemas.

Comentário: Muitas pessoas criticam o "ritmo" do filme ou a atuação de Elizabeth Taylor que lhe rendeu o Oscar. Quanto ao "ritmo" discordo completamente, achei bem divertido e envolvente. Quanto ao Oscar, ok... Também acho que ela não merecia o Oscar, mas dizer que ela atuou mal no filme é procurar pelo em ovo, ela está ótima no papel, e leva fácil o filme nas costas. O que me desagradou, e fez o filme perder vários pontos, foi o desfecho, digno de uma novela mexicana melodramática.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

DUAS MULHERES

Título Original: La Ciociara
Diretor: Vittorio De Sica
Ano: 1960
País de Origem: Itália
Duração: 97min

Sinopse: O filme conta a história de Cesira, viúva dona de uma loja em Roma, e Rosseta, a filha adolescente dela que é muito devota do catolicismo. A história de passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando a capital italiana estava sendo intensamente bombardeada pelos Aliados, razão pela qual Cesira decide abandonar a cidade e levar sua filha para Ciociara, sua montanhosa terra natal, localizada no centro da Itália.

Comentário: Foi o terceiro filme do Vittorio De Sica que eu assisti e descobri que não sou muito fã dos filmes dele. Não porque os filmes são ruins, longe disso, mas porque o realismo dele me incomoda. Os filmes são tão sombrios, tão sem esperança, que me deixam mal e triste. Com certeza esta é a intenção do diretor (então ele é muito foda no que faz).... Mas putz... É deprê demais! Apesar de ser um filme de 1960, ele estreou no exterior no ano seguinte, concorrendo assim a premiações em 1962, dando o Oscar de melhor atriz para Sophia Loren e ganhando também o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Destaque para o papel coadjuvante de Jean-Paul Belmondo! Outra coisa que me incomodou um pouco é a exaltação com o exército americano e a bestialização de um exército de marroquinos, que aparecem em certo ponto do filme, este detalhe me pareceu um preconceito mascarado.


CIDADE AMEAÇADA

Título Original: Cidade Ameaçada
Diretor: Roberto Farias
Ano: 1960
País de Origem: Brasil
Duração: 104min

Sinopse: Baseado em eventos reais, o filme conta a história de Passarinho e sua quadrilha, violentos criminosos que aterrorizam a cidade de São Paulo e são implacavelmente perseguidos pela polícia.

Comentário: Foi um dos melhores filmes nacionais que eu já assisti, uma pena que seja tão subestimado e desconhecido do público. Neste momento de manifestações populares em que vivemos, é muito válido, já que se trata até certo ponto da manipulação da mídia e da violência policial. Roberto Farias (que teve um S a mais no sobrenome por erro do cartório) dirige o irmão Reginaldo Faria que está em uma excelente interpretação do bandido Passarinho. Eva Wilma está linda e deslumbrante no papel. O filme tem um "que" de Nouvelle Vague abrasileirada. Minha única crítica vai para  a interpretação bem chinela de Milton Gonçalves, com seus 27 anos parece um ator amador, graças a Deus que evoluiu bastante depois. O casal Reginal Faria / Eva Wilma convencem do começo ao fim. Lindo, lindo, lindo! Me apaixonei! Final deslumbrante!

domingo, 18 de maio de 2014

A DAMA DO CACHORRINHO

Título Original: Dama s Sobachkoj
Diretor: Iosif Kheifits
Ano: 1960
País de Origem: Rússia
Duração: 84min

Sinopse: Ialta, verão de 1899. Dmítri Gurov, banqueiro moscovita, apaixona-se pela jovem Ana Sierguéievna, que passeia sempre com seu cachorrinho. Ele vive um infeliz casamento arranjado; ela afunda-se numa união sem amor. Ambos de férias sem seus cônjuges, Dmítri e Ana começam uma relação amorosa. Após breve período, ela regressa a Saratov e ele a Moscou, acreditando ser este um adeus definitivo. Por todo o inverno, Dmítri sente-se infeliz, melancólico e irritadiço. Em desespero, ele decide ir a Saratov atrás de seu grande amor. Abdicarão eles de suas reputações para viverem juntos ou será uma relação inconstante, marcada por encontros furtivos em quartos de hotel?

Comentário: O filme é baseado em um conto de Anton Checkhov, então sou suspeito para falar, porque mesmo nunca tendo lido este conto, sou um fã de carteirinha de histórias de amor russas melodramáticas. A fotografia é muito boa, mas o que nos leva adiante no filme é a aflição dos personagens que vão crescendo em um ritmo quase sadomasoquista conforme o desenrolar do filme. Algumas pessoas reclamaram do desenvolvimento do personagem principal, mas acho que o que eu gostei do filme é exatamente isso, você não vê o desenvolvimento dele com facilidade, mas está lá, internamente, sendo mascarado para espectadores mais desatentos. O final do filme, para mim, foi perfeito. 


AMOR LIVRE

Título Original: L'eau a la Bouche
Diretor: Jacques Doniol-Valcroze
Ano: 1960
País de Origem: França
Duração: 83min

Sinopse: Depois da morte da avó rica, Miléna se surpreende com a decisão de Miguel - o advogado com quem já esteve envolvida -, que insiste que os outros dois netos, Seráphine e seu irmão Jean Paul, estejam presentes na leitura do testamento, mesmo os dois tendo se afastado da família quando ainda eram crianças. Quando Séraphine e seu marido Robert que finge ser o irmão Jean Paul chegam à mansão novos relacionamentos e descobertas irão aflorar em todos os presentes.

Comentário:A trilha sonora composta pelo famoso músico francês Serge Gainsbourg não é o único ponto alto do filme. O elenco todo é muito competente e transforma uma história que parece simplista em um primeiro momento em um filme acima da média. Bernadette Lafont (no papel da empregada Prudence), na minha humilde opinião, consegue roubar todos os olhares que deveriam estar voltados para as atrizes principais, sem tirar o mérito de Alexandra Stewart (a prima Fifi) e de Françoise Brion (Milená). Em alguns momentos o filme pode parecer meio bobinho, como em uma novela, mas ele consegue se segurar muito bem e acaba virando um ótimo entretenimento para uma tarde qualquer.


sábado, 17 de maio de 2014

SE MEU APARTAMENTO FALASSE

Título Original: The Apartment
Diretor: Billy Wilder
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 125min

Sinopse: Bud Baxter é um funcionário de uma companhia de seguros em Nova York que descobriu uma maneira mais rápida de evoluir de cargo: emprestar seu apartamento para que os executivos da empresa levam para lá suas amantes. O problema começa quando Fran Kubelik, uma dessas mulheres, tenta se matar em seu apartamento.

Comentário: Este filme é o grande ganhador do Oscar de 1961 (faturou as cinco estatuetas com Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, Direção de Arte e Edição). É um filme do Billy Wilder, e isto por si só já dispensa elogios. Jack Lemmon está perfeito no papel (que lhe rendeu o Globo de Ouro) do fracassado que usa artimanhas para conseguir sua tão almejada promoção, mas neste meio tempo não contava em se apaixonar. Uma comédia muito bem escrita, dessas que não se vê com muita frequência nos dias de hoje, sem apelação e com situações reais, que poderiam acontecer com qualquer pessoa comum. Indispensável para qualquer pessoa que realmente goste de cinema.


A DEUSA

Título Original: Devi
Diretor: Satyajit Ray
Ano: 1960
País de Origem: Índia
Duração: 94min

Sinopse: Dyamoyee vive com seu marido na casa de seu sogro, um importante proprietário rural e devoto da deusa hindu, Kali. Sua vida muda quando seu sogro sonha que ela é a reencarnação da deusa Kali, vira então um objeto de adoração. Sua vida sofre uma grande mudança, colocando em risco seu casamento e sua felicidade.

Comentário: O filme não me agradou, o ritmo, o desenrolar e os personagens. Achei a discussão religiosa proposta muito rasa. Por mais que essas pessoas tenham outra cultura, outra crença e religião, fica difícil acreditar que um senhor sonha que a nora é uma deusa e todo mundo resolve que ele tem razão. Forçado. O personagem mais interessante é o marido de Dyamoyee, que é um homem da ciência e antagonista de seu pai, que é um homem da fé. O antagonismo entre os personagens (pai e filho), era para ser o ponto alto, mas acaba não sendo muito bem aproveitado.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

NA GARGANTA DO DIABO

Título Original: Na Garganta do Diabo
Diretor: Walter Hugo Khouri
Ano: 1960
País de Origem: Brasil
Duração: 84min

Sinopse: Durante a Guerra do Paraguai, quatro desertores aterrorizam uma família que mora em um sítio próximo as Cataratas do Iguaçu. O pai, que esconde um segredo. As duas filhas, diferentes entre si. E um empregado, cego. Rodeados pelo som e a fúria da Garganta do Diabo.

Comentário: Esperava mais do filme. Uma excelente direção de Khouri, com algumas cenas magníficas, mas com um roteiro fraco, previsível e forçado em alguns aspectos. O clima de suspense se sustenta muito bem, algumas cenas geram um nervosismo no telespectador, e é nisto que o filme ganha pontos. O fato mais curioso é que só consegui achar uma cópia deste filme dublada em inglês com legendas em português, fato este que deve nos fazer refletir de como tratamos a nossa cultura. Idolatramos tanto o que se faz lá fora, e devido a isto, estamos perdendo muito de nossa história cinematográfica por puro descaso. O filme pode não ser lá essas coisas, mas merece sim ser preservado para a posteridade como qualquer forma de arte.



ATIREM NO PIANISTA

Título Original: Tirez Sur Le Pianiste
Diretor: François Truffaut
Ano: 1960
País de Origem: França
Duração: 82min

Sinopse: Édouard Saroyan (Charles Aznavour) era um grande pianista, mas sua carreira foi interrompida depois da morte de sua esposa. Ele passa a tocar em um bar, usando o nome de Charlie Kohler. Lá conhece Léna (Marie Dubois), a quem confidencia seu passado. Dois irmãos de Charlie, envolvidos com a máfia, procuram se esconder no bar, atraindo mafiosos e envolvendo Charlie e Léna em seus problemas.

Comentário: Eu sou um grande fã do cineasta François Truffaut, tendo inclusive um cachorro que leva o nome dele em homenagem. Infelizmente este filme não figura entre as grandes obras do diretor, e com razão, afinal não é lá essas coisas mesmo. O desenrolar do filme é atravancado e o desfecho não ajuda. Charlie Aznavour faz seu papel de pianista tímido traumatizado muito bem e Marie Dubois é estonteante com seu charme habitual, mas para mim, o que salva o filme são as cenas de flashback com Nicole Berger (que interpreta a esposa falecida do pianista). Os diálogos entre Aznavour e Berger demonstram todo o talento que fez de Truffaut um monstro do cinema e é onde mora a força do filme. Dizem que o livro é muito bom, quanto ao filme só indico mesmo pra quem é fã do diretor como eu.



quinta-feira, 15 de maio de 2014

TUDO COMEÇOU NO SÁBADO

Título Original: Saturday Night and Sunday Morning
Diretor: Karel Reisz
Ano: 1960
País de Origem: Inglaterra
Duração: 88min

Sinopse: Em uma pequena cidade da Inglaterra, um jovem operador de torno mecânico trabalha em uma fábrica à contragosto. Com o seu salário, paga suas farras e bebedeiras em pubs nos fins de semana. Arthur vive um caso com Brenda, que é casada com um colega de trabalho, Jack. Paralelamente Arthur conhece Doreen, que é jovem e bonita, mas tem princípios morais rígidos. Arthur se conscientiza que está apaixonado por Doreen, mas ela não irá para a cama com ele a menos que haja um compromisso sério e isto é algo que ele não está pronto para assumir. A situação se complica quando Brenda avisa-o que está grávida.

Comentário: O filme é muito mais do que aparenta ser, temas atuais como "O que diabos estou fazendo com a minha vida?" ou "De que adianta tudo isto?" permeiam todo o filme. A geração perdida para o capitalismo pode parecer sessentista, mas é uma das coisas mais atuais na minha opinião. O subúrbio inglês mostrado de forma nua e crua, com uma história e simples e envolvente. Albert Finney da um show, encarnando o adulto que não quer crescer, o cara que parece descolado, mas no fundo tem medo de tudo o que o futuro possa reservar. O filme, para mim, se resume em duas frases extremamente reflexivas ditas pelo personagem de Finney: ""Há muito mais nessa vida do que aquilo que nossos pais conseguiram" e ""Eu aproveito a vida, de fato. Só porque não sou como você, não ache que não aproveito".