sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A ROTINA TEM SEU ENCANTO

Título Original: Sanma No Aji
Diretor: Yasujiro Ozu
Ano: 1962
País de Origem: Japão
Duração: 112min

Sinopse: Quando o viúvo Shuhei Hirayama, um militar que lutou na Segunda Guerra Mundial como fuzileiro naval, encontra com seu velho professor, fica sabendo que sua filha ainda não se casou porque teve que ficar cuidando do pai. Com medo de que Michiko, sua filha de 24 anos, acabe com o mesmo destino, ele começa a procurar um bom homem para se casar com ela.

Comentário: Quando assisti ao filme Fim de Verão achei que seria um ótimo filme para ser o último de uma carreira, por vários motivos e simbolismos, mas este realmente não fica atrás, a última cena filmada fecha com chave de ouro uma das carreiras mais brilhantes do cinema. É impressionante como Ozu consegue fazer um filme de quadros vivos, a câmera nunca se mexe, é estática como uma pintura. A história, se compararmos com seus dois filmes anteriores (Dia de Outono e Fim de Verão) não muda muito, gira em torno de casamento, a velhice e a busca do socialmente aceitável dentro da cultura japonesa. É tudo muito sutil, mas uma aula sobre o modo de vida no Japão no início da década de 60. Um filme parado, esteticamente perfeito, algumas pessoas reclamam que chega a dar sono, mas em uma sociedade acostumada com tiros e explosões, realmente este não é seu tipo de filme. As mudanças de personagens em determinados pontos ajuda a manter um ritmo dinâmico na história, na maioria do tempo vemos Hirayama (interpretado perfeitamente por Chishu Ryu), mas podemos ver Koichi e seus tacos de golfe, o professor e sua filha (que é de partir o coração) e coisas do cotidiano, que algumas pessoas podem achar parado demais, mas que tem sua carga poética e diálogos afiados com muita coisa nas entrelinhas.


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