terça-feira, 10 de março de 2015

FREUD - ALÉM DA ALMA

Título Original: Freud - The Secret Passion
Diretor: John Huston
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 134min

Sinopse: Huston realiza uma pseudo-biografia do psicanalista vienense Sigmund Freud (1856-1939), mas descrevendo apenas um período de cinco anos (a partir de 1885) da vida do médico. Nessa época, a maioria dos colegas de Freud se recusavam a tratar dos casos de histeria por acreditar que tudo não passava de fingimento dos pacientes para chamar atenção. Mas Freud não achava isso e passou a aplicar a técnica da hipnose, que viria a se tornar uma prática no tratamento psiquiátrico.

Comentário: Huston é um excelente diretor, quanto a isso não há dúvidas, aqui ele pisa em um terreno arenoso, pois não é uma obra fácil de se adaptar, tentar mostrar a teoria de Freud em tela é no mínimo complexo, adaptar biografia é difícil, sempre tem aquela adaptação ficcional que parece não encaixar direito. Não é de seus melhores filmes pela natureza da obra, não pela falta de competência, porém não deixa de ser um filme legal de assistir e fácil para o telespectador mais leigo, outro grande trunfo do Huston aqui. Não posso deixar de imaginar que a escolha de Montgomery Clift para o papel não pode ter sido obra do acaso, ele e Huston já haviam trabalhado juntos em Os Desajustados (Pra mim a obra máxima do diretor), mas a escolha de Clift deve ter sido pelas suas próprias neuroses e autodestruição, famoso pela confusão sexual e pela depressão que o acometia (provavelmente a depressão vinha de sua confusão sexual, alguns biógrafos dizem que era homossexual, outros que era bissexual), foi demitido pela Universal pelas frequentes ausências nas filmagens deste filme deixando o estúdio puto com ele. Havia sofrido um feio acidente de automóvel saindo de uma festa de Elizabeth Taylor uns dois anos antes e Marilyn Monroe chegou a dizer que Clift conseguia estar pior que ela no fator depressão. Era um puta ator, que conseguia roubar a cena quando aparecia, fez um papel digno de Freud na minha opinião, mas bem mais modesto em atuação do que estava acostumado a atuar, chega a ser irônico uma pessoa tão perturbada interpretar o pai da psicanálise e acho que foi essa a ideia. Jean-Paul Sartre escreveu o roteiro original do filme, mas o mesmo não foi usado por ser muito extenso, Huston usou elementos do roteiro de Sartre, mas este acabou não sendo creditado já que a obra foi reescrita por outro roteirista. Menção honrosa para a trilha sonora de Jerry Goldsmith, uma lenda de Hollywood quando o assunto é música.


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