segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O DIA MAIS CURTO

Título Original: Il Giorno Più Corto
Diretor: Sergio Corbucci
Ano: 1963
País de Origem: Itália
Duração: 86min

Sinopse: Comédia italiana com os protagonistas Ciccio e Franco contando com a participação curta de vários atores conhecidos, muitos deles não creditados. Aborda a Primeira Guerra Mundial. O filme se propõe ser uma paródia da película O Mais Longo dos Dias.

Comentário: É um filme pastelão que tenta parodiar O Mais Longo dos Dias, porém achei bem chato. Os personagens principais são dois idiotas, da vontade de explodir os dois, um humor forçado que lembra aos quadros do Zorra Total. Participações especiais de atores de peso permeiam todo o filme e você fica caçando os astros, isto é legal, podemos ver o Walter Pidgeon se passando por Ernest Hemingway durante alguns segundos ou Anouk Aimée nos brindar com sua beleza rapidamente. Virna Lisi, sempre deslumbrante, tem um maior destaque durante todo o filme. Não tenho muita paciência pra comédias pastelões, pra quem gosta pode ser uma boa pedida.


O SENHOR DAS MOSCAS

Título Original: Lord Of The Flies
Diretor: Peter Brook
Ano: 1963
País de Origem: Inglaterra
Duração: 90min

Sinopse: Após um terrível acidente aéreo, um grupo de crianças vê-se perdido numa ilha deserta. Ao perceberem as dificuldades de socorro, os meninos unem-se para fazer frente ao medo e ao desespero. Mas a medida que se apossam da ilha, cresce um sentimento de competição e de luta pelo poder, que os divide em dois grupos. Ralph lidera um dos grupos e defende a pureza civilizada e a união, mas Jack não acredita em nada disso e cria uma facção de caçadores bárbaros, que acabam por entrar em guerra com Ralph. Estas mudanças transformam crianças normais em meninos cruéis, fazendo com que entrem numa guerra na qual o bem combate o mal, oferecendo uma cruel metáfora do selvagem que existe em todos nós. Esta assustadora aventura explora os recantos mais profundos e negros da alma humana.

Comentário: Tenho que confessar que estava esperando bem mais deste filme, por ser baseado na obra de William Golding, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, mas o filme é um pouco decepcionante, não que não seja fiel ao livro, mas não acho que consiga passar pra tela o que está no papel. Tem ótimas cenas, mas é só. A primeira hora se arrasta, vemos crianças no meio do mato, não da pra dizer que acontece muita coisa, pra então, na meia hora final tudo virar um pouco caótico. Peter Brook é um diretor fantástico, conseguiu filmar um longa fiel ao livro, mas infelizmente não achei que ele teve o mesmo efeito pro cinema. O Porquinho com seu óculos quebrado praticamente salva o filme.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ATLÂNTIDA - O CONTINENTE PERDIDO

Título Original: Atlantis - The Lost Continent
Diretor: George Pal
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 90min

Sinopse: Atlântida - O Continente Perdido retorna à lenda do continente desaparecido de Atlântida ao contar a história do jovem Demétrio, um pescador grego que resgata a bela Antília de um afogamento em mar aberto. A princesa da Atlântida então convence ao já apaixonado rapaz a retornar com ela ao seu estranho e glorioso reino. Lar de maravilhas e encantamentos, Atlântida também é um povo cheio de desejo e maldade, de ambições das conquistas ilimitadas, e isto acaba por levar a cidade a sofrer a vingança furiosa da própria Terra, desaparecendo em um colapso que a enterrou em um local até hoje desconhecido para o homem.

Comentário: Como não traçar uma comparação entre o filme anterior de George Pal? A Máquina do Tempo é um filme fantástico, este fica muito aquém, chega a ser bastante decepcionante até. O filme diverte, tem aquele ar de aventura dos filmes antigos, mas a comparação fica martelando o tempo todo. Sal Ponti (que aqui usa um pseudônimo de Anthony Hall) no papel principal está sofrível, foi um grande compositor de músicas, mas como ator não tinha muito talento. Joyce Taylor consegue ter uma ótima atuação como a princesa Antília, muito bela e competente, pena que nunca foi pra frente. Um filme bem razoável, daqueles que as crianças da época deviam esperar muita pra assistir na TV, tem seus momentos, mas nas mãos do diretor podia ter sido bem melhor.


A CARTA QUE NÃO SE ENVIOU

Título Original: Neotpravlennoye Pismo
Diretor: Mikhail Kalatozov
Ano: 1960
País de Origem: Rússia
Duração: 97min

Sinopse: Baseado no livro de Valery Osipov, conta a história de quatro geólogos à procura de diamantes na Sibéria. Depois de uma longa e cansativa jornada, eles finalmente encontram a mina tão procurada e a colocam num mapa. Mapa este que deverá ser enviado imediatamente à Moscou. Mas no dia certo os geólogos são surpreendidos pelo caos durante um incêndio na floresta.

Comentário: Confesso que esperava bem mais do filme, as imagens e a direção de Kalatozov são realmente o que vale, tem cenas maravilhosas, mas de resto o filme fica cansativo, se arrasta e não nos apresenta nada de novo, a velha mesma história dos sobreviventes passando um apuro em uma terra inóspita para sobreviver. Tatyana Samojlova arranca suspiros, sua personagem transborda simpatia, talvez por ser a única mulher passando por tantas privações a gente se apega a ela como um bibelô. Um filme que é aparentemente bem curto, mas acaba ficando cumprido, a velha propaganda pseudo comunista da antiga União Soviética fica batendo na mesma tecla o tempo todo e chega uma hora que enche o saco. Mas no geral é um filme bom, que atinge uma boa média. Nos créditos iniciais diz que o filme é de 1959, mas pelo IMDB (que é por onde sigo pras postagens de ano) o filme consta como data de lançamento o mês de maio de 1960 no Festival de Cannes e definitivamente só estreando oficialmente na União Soviética no dia 27 de junho de 1960, portanto qualquer dúvida sobre a data está respondida.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

BOCCACCIO '70

Título Original: Boccaccio '70
Diretores: Mario Monicelli, Federico Fellini, Luchino Visconti & Vittorio De Sica
Ano: 1962
País de Origem: Itália
Duração: 205min

Sinopse: Inspirando-se no clássico Decameron, de Boccaccio, quatro grandes mestres do cinema italiano criaram uma comédia em quatro episódios sobre a mulher contemporânea: Renzo & Luciana de Mario Monicelli: A divertida história de um casal de operários que, para não perder o emprego, se casa escondido do chefe. As Tentações do Dr. Antonio de Federico Fellini: O grande Peppino De Filippo vive um moralista obcecado com a sensual mulher de um outdoor (Anita Ekberg). O Trabalho de Luchino Visconti: Romy Schneider é uma mulher que decide, de maneira muito criativa, vingar-se do marido infiel. A Rifa de Vittorio de Sica: Sophia Loren se oferece para ser prêmio de uma rifa.

Comentário: O primeiro capítulo dirigido pelo Monicelli é bem divertido, os atores estão muito bem e o "vilão" chefe da história consegue transmitir um asco como poucos, interessante notar que entre os roteiristas desta história está o incomparável Italo Calvino. O segundo capítulo dirigido pelo Fellini foi meu preferido, gosto muito do Peppino De Filippo, já estava na hora dele ter um papel de destaque nas mãos de um excelente diretor, e sair da sombra do Totò. Anita Ekberg está de estourar o coração. O terceiro capítulo dirigido pelo Visconti foi o que menos gostei, lógico que vale pela maravilhosa Romy Schneider e pela direção, mas é muito triste, destoa do resto da obra. O último capítulo dirigido pelo De Sica também é muito bom, Sophia Loren arrancando suspiros como sempre em uma história bem engraçada, com um desfecho que me agradou e desagradou ao mesmo tempo, mas não vou dar spoiler, mas tem horas que esses italianos são muito machistas.


O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA

Título Original: The Man Who Shot Liberty Valance
Diretor: John Ford
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 123min

Sinopse: Em 1910, o Senador Ransom Stoddard e sua esposa Hallie chegam numa pequena cidade para o funeral de Tom Doniphon (John Wayne). Entrevistado por um repórter, Stoddard conta a história de quando era advogado na cidade e desejava deter o terrível pistoleiro Liberty Valance por meio da lei. Doniphon, um respeitado caubói, insistia na validade da lei do revólver. Além das diferenças de estilo, Doniphon e Stoddard compartilhavam o interesse pela mesma mulher (Hallie, na época uma garçonete de saloon), além da mesma mesma vontade de acabar com a tirania.

Comentário: Um dos meus faroestes preferidos, tudo neste filme é perfeito, os personagens de Stewart e Wayne são tão bem construídos que é uma aula de interpretação. Poucas vezes podemos ver o John Wayne demonstrar tantos sentimentos diferentes em uma única cena, e aqui acontece de monte. A direção de John Ford é impecável, como sempre. Achei que assistir pela segunda vez estragaria várias coisas, lógico que não é a mesma coisa, mas o filme continuou a me agradar tanto quanto. Você pode torcer pros dois personagens ao mesmo tempo e saber que um deles vai acabar se dando mal, pois é sempre isto que acontece quando tem uma mulher no meio, e você vai sentir as dores do perdedor, pois afinal, quem nunca sentiu? Foi a primeira vez que os dois astros se encontraram em um filme, mesmo ambos já terem trabalhado diversas vezes com o diretor.



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CLÉO DAS 5 ÀS 7

Título Original: Cléo de 5 à 7
Diretora: Agnès Varda
Ano: 1962
País de Origem: França
Duração: 90min

Sinopse: Cléo, bela e cantora, espera o resultado de seus exames médicos. Da superstição ao medo, da rua de Rivoli ao Café do Domo, da frivolidade à angustia, de sua casa ao Parque Montsouris, Cléo vive 90 minutos únicos: seu amante, seu compositor, uma amiga modelo e um soldado de partida para Argélia lhe abrem os olhos para o mundo.

Comentário: Assisti pela segunda vez e cada vez gosto mais dele, é impressionante a simplicidade e o sentimentalismo que permeiam todo o filme. Corinne Marchand está ótima no papel principal e consegue cativar o espectador em uma linha crescente. Discordo de muitos comentários de que Cléo é uma garota mimada, talvez seja assim que ela aparenta no começo do filme, mas não vejo por aí, Cléo é uma mulher, com as mesmas inseguranças, sonhos, tristezas, medos, desejos, carências e tantas outras coisas, como qualquer outra mulher (ou como qualquer ser humano), por isto foi um filme tão importante dentro do feminismo no cinema. A única crítica fica para o pouco tempo em que Cléo e Antoine dividem a tela, você fica querendo mais quando o filme acaba. A música é belíssima e o curta apresentado no meio do filme (dirigido pela própria Varda um ano antes) serve como alegoria para o próprio filme em si.


A EXPEDIÇÃO

Título Original: Abhijaan
Diretor: Satyajit Ray
Ano: 1962
País de Origem: Índia
Duração: 148min

Sinopse: Narsingh é um taxista orgulhoso e irascível, com uma paixão por seu carro, um Chrysler da década de 30. Um dia atreve-se a ultrapassar o carro de um poderoso chefão da cidade, que lhe tira a licença para dirigir. É obrigado então a se refugiar em um pequeno povoado na fronteira dos estados de Bengala e Bihar. Sukharam, um desonesto comerciante, lhe oferece um ótimo emprego para transportar mercadoria, e logo Narsingh está envolvido com o tráfico de ópio. Este é o ponto inicial de uma movimentada e interessante história.

Comentário: Não havia gostado do filme que havia assistido do diretor (A Deusa) e tenho que confessar que estava com receio de perder mais duas horas e meia com um filme dele, porém este filme se mostrou muito superior e muito mais do meu agrado. Os personagens sã formidáveis, complexos e conseguem cativar o telespectador. A primeira hora passa voando, você nem vê. A música, composta pelo próprio Satyajit Ray, é ótima. Há algumas partes arrastadas, mas o resultado final do filme é muito bom, o desfecho também caiu muito bem e a direção é extremamente competente, assim como as atuações.Tem horas que você tem certeza que vai acontecer uma coisa, mas a história vai pra outro lado, e foi isto que mais gostei no filme, ele não é nem um pouco previsível. Dizem que a primeira impressão é a que fica, quanto ao diretor, fico com a segunda impressão que foi bem melhor.


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O FALSO TRAIDOR

Título Original: The Counterfeit Traitor
Diretor: George Seaton
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 141min

Sinopse: Willian Holden interpreta um executivo sueco, Erick Ericksson, de origem americana que, aceitando ser agente duplo para os Aliados, finge-se de simpatizante dos nazistas visando ganhar-lhes a confiança e ter livre acesso à Alemanha, para onde viaja rotineiramente a pretexto de fazer negócios.

Comentário: O filme é baseado em uma história real de um executivo que acaba virando espião durante a II Guerra Mundial, é um baita filme, que muda de ritmo a todo momento, e quando parece que vai deixar a peteca cair, se segura muito bem. William Holden sempre muito bem, consegue levar o filme nas costas quase que sozinho, tem algumas cenas que caem no clichê, mas não conseguem atrapalhar em nada o desenvolvimento do filme. Detalhe para as participações de Hugh Griffith no papel de Dallas, consegue cativar o telespectador nos poucos momentos em que aparece. Por ser um filme americano tem aquela coisa de todo mundo falando inglês com sotaque na Alemanha, e isso sempre me incomoda. O filme tem ação, romance, drama, suspense... enfim, de tudo um pouco. Ótimo como entretenimento e bem legal como reflexão.


MUNDO CÃO

Título Original: Mondo Cane
Diretores: Franco E. Prosperi, Gualtiero Jacopetti & Paolo Cavara
Ano: 1962
País de Origem: Itália
Duração: 108min

Sinopse: Filmado em vários rincões do mundo, este épico referencial explora a cultura da vida e da morte, a agonia dos homens e das feras, os tabus do sexo, e das religiões, a transformação da civilização doentia em barbárie. Algumas vezes belo, frequentemente horripilante e ainda surpreendente, mantém-se um dos mais perturbadores e controversos filmes de todos os tempos.

Comentário: Como documentário o filme é uma piada de muito mal gosto, conseguiu enganar várias premiações, já que foi indicado ao Palma de Ouro em Cannes. Os diretores inventaram várias cenas e ele é todo ensaiado, tem costumes que aparecem no filme que nem existiam, foi considerado o primeiro Shockumentary da história (um estilo de filme que parece um documentário, mas não é), mas o grande problema é que quando foi lançado o estilo ainda não existia e venderam o filme como inteiramente real. Há cenas fortes e que incomodam, como o abatimento de porcos e a decapitação de bois. As cenas ensaiadas são visíveis, talvez por isso o suposto documentário não foi indicado ao Oscar na categoria documentário, só foi indicado como melhor música. A parte é o que salva o filme, há cenas muito bem dirigidas, a música é realmente fantástica e só. Vale lembrar que o filme Nanook - O Esquimó de 1922 teve cenas ensaiadas também, mas tudo porque as cenas documentais que o diretor Robert J. Flaherty havia gravado foram perdidas em um incêndio. O artista Yves Klein, que aparece no documentário, teve um ataque cardíaco assistindo ao filme quando estreou em Cannes e veio a falecer alguns meses depois. É interessante assistir por curiosidade, mas acho um tremendo exagero ele estar na lista de 1001 filmes pra se assistir antes de morrer, pois considero documentários uma coisa muito séria, tem que ter um compromisso muito importante com a verdade, não curto esse estilo shockumentary que surgiu daí.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

O ANJO EXTERMINADOR

Título Original: El Ángel Exterminador
Diretor: Luis Buñuel
Ano: 1962
País de Origem: México
Duração: 95min

Sinopse: Após uma extravagante e farta refeição, os convidados se sentem estranhamente incapazes de deixar a sala de jantar e, nos dias que se seguem, pouco a pouco, caem as máscaras de civilização e virtude e o grupo passa a viver como animais.

Comentário:  O filme é um Big Brother artístico, onde Buñuel alfineta tanto a condição humana de modo geral como o falso moralismo da elite conservadora. Buñuel era um idealista que incomoda até hoje, assim como em Viridiana, este filme não foge a sua regra. Vemos nitidamente todas as máscaras caírem, pouco a pouco, há personagens que nos incomodam mais do que outros, talvez por nos enxergarmos em alguns deles ou por serem nossos opostos. Mas ao mesmo tempo que o filme é uma crítica descarada, também é um alerta para nos lembrarmos, que por mais que tentamos nos distanciar dos animais, nada mais somos do que animais. A mensagem é curta é grossa e pra bom entendedor é suficiente. Sem desmerecer O Pagador de Promessas, mas este filme merecia ganhar o Palma de Ouro na minha opinião, mas entendo os motivos pra que não fosse premiado, sendo assim o filme brasileiro era o mais indicado na minha opinião. Perturbador e obrigatório!


JUVENTUDE SELVAGEM

Título Original: The Young Savages
Diretor: John Frankenheimer
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 103min

Sinopse: Um menino cego porto-riquenho é assassinado por uma gangue de adolescentes da Itália. Do grupo, três jovens são pegos e vão à júri, onde são acusados intensamente pelo promotor. O advogado resolve então investigar mais profundamente o caso e acaba descobrindo que a história não era como ele pensava.

Comentário: Apesar de não ter gostado muito do primeiro filme que assisti do diretor (Sob o Domínio do Mal), tenho que confessar que os filmes que assisti depois me foram uma grande surpresa. Burt Lancaster tem se tornado cada vez mais meu ator favorito, sabia escolher seus papéis como ninguém, criticando o status quo social, religioso e político. O filme é bem construído e super atual, principalmente no Brasil onde o assunto de maioridade penal está em alta. A direção de Frankenheimer está ótima, e mesmo com alguns atores atuando mais ou menos o filme consegue ser uma joia rara pouco conhecida. Da pra perceber que tanto o diretor como o ator tinham uma posição bem delineada de esquerda sobre vários assuntos, pois tanto este filme como O Homem de Alcatraz, da mesma dupla, conseguem colocar o dedo na ferida onde mais dói do povinho conservador. Recomendadíssimo!


domingo, 16 de agosto de 2015

GORGO

Título Original: Gorgo
Diretor: Eugène Lourié
Ano: 1961
País de Origem: Inglaterra
Duração: 78min

Sinopse: Na costa da Irlanda uma erupção vulcânica submarina abre caminho para a vinda de Gorgo, um réptil anfíbio com 20 metros. Os empresários Joe (Bill Travers) e Sam (William Sylvester) capturam a fera e o levam para Londres, onde é exibido como a principal atração de um circo. Logo será comprovado que isto foi um grande erro, pois Gorgo é apenas um filhote e sua mãe, que é muito maior, segue sua trilha até Londres, provocando uma enorme destruição na cidade enquanto tenta chegar até sua cria.

Comentário:  Eugène Lourié praticamente inventou os filmes de monstros gigantes ao realizar o filme O Monstro do Mar em 1953 (Sem contar com o King Kong que é bem mais antigo), antes portanto de Godzilla que é de 1954. Em Gorgo não vemos nada de novo, muito pelo contrário, mas é o esperado afinal de contas: monstro gigante destrói a cidade e no final tudo acaba relativamente bem. O problema de Gorgo são os personagens, chatos pra caralho, moleque pentelho pra atrapalhar o filme, protagonista sem carisma nenhum que faz cagada desde o começo (e tu fica torcendo pro idiota morrer), outro protagonista que parece que vai ser o protagonista, mas não faz nada além de beber no ápice do filme e perde o cargo de protagonista. Enfim, personagens chatos em um filme regular, se tivessem uns personagens mais legais poderia ser um filme bem melhor. Só recomendo pra quem é fã desse tipo de filme, se não nem faz falta. Ganhou um ponto a mais só em ver Londres ser destruída (faltou o palácio de Buckingham, mas tá valendo), meu sangue irlandês pulou de alegria.




REPTILICUS

Título Original: Reptilicus
Diretor: Sidney W. Pink
Ano: 1961
País de Origem: Dinamarca
Duração: 82min

Sinopse: Ao fazer escavações num depósito de cobre, mineiros descobrem ossos e peles ensanguentadas de algum estranho animal. Analisados por cientistas dinamarqueses que levam os fósseis para o Aquário Municipal de Copenhagen, eles congelam a maior parte do animal pre-histórico, sua cauda, que demonstra se regenerar tal qual fazem répteis e alguns animais que recuperam todo o corpo a partir de um pedaço dele. Mas dessa vez, uma enorme criatura vai se desenvolver e aterrorizar toda a cidade de Copenhagen, causando morte e desespero aos seus habitantes, desafiando as forças armadas para um combate mortal.

Comentário: Sidney W. Pink foi roteirista de Viagem ao Planeta Proibido e realizou este primeiro filme como diretor de produção dinamarquesa, mesmo sendo americano. O filme é daqueles bem previsíveis sobre monstros gigantes, porém chama a atenção por duas coisas: consegue ter personagens interessantes (mas não chega perto dos personagens dos filmes do Ishirô Honda) e o grau de tosquice que é bem alto, os efeitos especiais são tão toscos e tão precários que o filme diverte exatamente por isto. A história infundada tenta a todo custo tentar parecer crível, sem sucesso, então você consegue rir dos absurdos todo o momento. Se você é fã dos filmes de Kaiju (Monstros Gigantes), assista, caso contrário fique com os filmes do Honda somente que já está valendo.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

VÍCIO MALDITO

Título Original: Days of Wine and Roses
Diretor: Blake Edwards
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 117min

Sinopse: Joe Clay (Jack Lemmon) é um jovem relações públicas que se apaixona por Kirsten (Lee Remick), uma colega de trabalho. Eles acabam se casando, mas devido a uma pressão profissional muito forte ele começa a beber cada vez mais e acaba levando a esposa para o mesmo caminho.

Comentário: O que dizer deste filme? Como comentar isso aqui? Um dos filmes mais viscerais que já assisti, foi um soco na minha cara e com uma carga pessoal muito grande. Tive problemas com álcool durante anos, e eles só foram se agravando com o tempo, e o filme consegue passar isso muito bem, e foi bem difícil ter que me encarar em vários momentos no personagem de Lemmon. As interpretações são um show a parte, tanto Lemmon quanto Remick estão nos melhores papéis de suas vidas que já tive o prazer de assistir. Blake Edwards devia ter deixado as comédias de lado mais vezes, porque depois de Escravas do Medo, que foi excelente, ele conseguiu se superar com este aqui. O desfecho é um dos melhores de todos os tempos e ficou grudado na minha cabeça como uma fotografia. A mudança do título pro português é um baita de um sacrilégio.


O MONGE DE MONZA

Título Original: Il Monaco di Monza
Diretor: Sergio Corbucci
Ano: 1962
País de Origem: Itália
Duração: 101min

Sinopse: Sapateiro atrapalhado, viúvo com doze filhos pequenos, Pasquale passa por uma fase apertada até que um dia ele resolve seguir o mesmo caminho dos monges pedintes. Isso o coloca no caminho de um marques mal, que vem mantendo a cunhada viúva em cativeiro para que esta se case com ele contra a sua vontade.

Comentário: Um outro ótimo filme de Totò onde divide a tela quase todo o momento com os outros excelentes comediantes: Erminio Macario e Nino Taranto. Tudo funciona bem, os momentos de aventura e os momentos de comédia. As piadas estão ótimas e atemporais. Talvez um dos filmes de Totò que tenha envelhecido melhor, não é o meu preferido, mas com certeza figura entre os cinco que mais gostei. O desfecho é completamente sem pé nem cabeça, poderia ter sido melhor, não acho que precisava ter ido pelo caminho que foi, mas também não é um final ruim, diverte bastante. Filme obrigatória pra quem for fã deste comediante.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

ALYONKA

Título Original: Alyonka
Diretor: Boris Barnet
Ano: 1962
País de Origem: Rússia
Duração: 84min

Sinopse: Situado em 1955, quando muitos migraram da Rússia para as estepes do Cazaquistão, esta é a viagem de pessoas que contam suas histórias de colonos. Alyonka Muratova é uma carismática menina de 13 anos que sai em viagem para completar os estudos compartilhando a parte de trás de um caminhão com o mecânico-chefe dos soviéticos, uma jovem mulher dentista recém-formada, um homem que espera sua mulher de classe alta retornar para ele e para o campo e uma mulher que está voltando para rever uma de suas filhas com uma má notícia.

Comentário: O filme é bem interessante, não estava esperando muito, mas conseguiu me pegar em vários momentos, porque retrata a vida como ela é em vários momentos e sentidos. Tirando a propaganda comunista (nada contra propaganda comunista, afinal eu sou de esquerda) que acaba atrapalhando o desenvolvimento da narrativa e chega a ser pedante em alguns momentos, o filme é bem superior ao que promete ser. As histórias em flashback prendem muito bem o telespectador e você fica querendo saber mais sobre cada um que está no caminhão. O desfecho ficou meio bobo em alguns aspectos, mas quando termina você fica querendo mais, podia ter mais uns vinte minutos fácil que não ficava cansativo. A garotinha é cativante e uma fofa!


VÍCIO QUE MATA

Título Original: Confessions of an Opium Eater
Diretor: Albert Zugsmith
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 82min

Sinopse: O bairro chinês de São Francisco está em guerra entre os traficantes de mulheres e aqueles que tentam acabar com isso. Gilbert De Quincey vê-se envolvido nessa guerra ao conhecer uma das moças, a quem tenta proteger, ao mesmo tempo em que se confunde entre a realidade e o sonho provocado pelo ópio.

Comentário: O filme não tem praticamente nada em relação ao livro em que foi baseado (Confissões de um Comedor de Ópio de Thomas de Quincey) e foi um dos piores filmes que já assisti com o Vincent Price. Dei um ponto só pela chinesinha anã que salva algumas partes. Os diálogos são fracos e cheios de clichês, as atuações são toscas e galhofeiras. Algumas tomadas são interessantes, mas a própria narrativa deixa essas tomadas sem sentido. Vale a assistida pra quem for fã do Vincent Price ou pela curiosidade de ver um filme que é estranhíssimo e canastrão ao mesmo tempo. O desfecho chega a ser meio sem pé nem cabeça, mas não de uma maneira boa.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

MENTIRA INFAMANTE

Título Original: Term of Trial
Diretor: Peter Glenville
Ano: 1962
País de Origem: Inglaterra
Duração: 113min

Sinopse: O professor, Graham Weir (Laurence Olivier), tem sua carreira prejudicada por se recusar a lutar na Segunda Guerra Mundial. Devido ao seu jeito tímido e reservado, é tratado com desdém por seus colegas de trabalho, seus alunos e sua esposa. Uma de suas alunas, Shirley Taylor (Sarah Miles), é a única que aprecia seu jeito, fazendo os dois se aproximarem. O professor passa a dar aulas particulares para Shirley, que cada vez mais se apaixona por ele. Em um dia de coragem, a menina expõe seus sentimentos para Weir e propõe que eles se deitem juntos. No entanto, os problemas dele só estão começando... Shirley o acusa de abuso, a fim de destruir o que resta de sua vida. 

Comentário:  O filme é muito bom, mas demora muito pra engrenar, os personagens são muito bem construídos. Laurence Olivier mostra aqui porque é um dos maiores atores de todos os tempos (Com três Oscars e três Globos de Ouro), o que parece um filme simples e descompromissado vira uma aula de atuação. Apesar da atuação monstro de Olivier o filme não consegue deixar de cair em alguns clichês, o desfecho é cheio deles, mas não deixa de ter seus bons momentos também. Simone Signoret (outra ganhadora de um Oscar) consegue brilhar em um papel relativamente pequeno, mas quem chama a atenção em sua estreia no cinema é Terence Stamp, alguns meses depois estrearia O Vingador dos Mares onde ele é o protagonista, mas aqui ele já demonstra personalidade como coadjuvante. O filme vale a assistida, por vários motivos, mas tem seus altos e baixos. Queria saber quem foi o idiota que inventou este título pro Brasil.


AS ÚLTIMAS AVENTURAS DE DON CAMILLO

Título Original: Don Camillo Monsignore... Ma Non Troppo
Diretor: Carmine Gallone
Ano: 1961
País de Origem: Itália
Duração: 119min

Sinopse: Don Camillo é agora um bispo, Peppone é agora um senador, mas a rivalidade é tão feroz como quando eles eram apenas um padre e prefeito da pequena aldeia. A situação se complica ainda mais quando Don Camillo descobre que Peppone está prestes a promover a construção de uma casa popular no local de uma antiga igreja abandonada. 

Comentário: O filme é uma continuação de outros três (O Pequeno Mundo de Don Camillo de 1952, O Regresso de Don Camillo de 1953 e Don Camillo e o Deputado Peppone de 1955), mas confesso que ainda não assisti aos anteriores, talvez tivesse entrado mais no clima se tivesse assistido, mas você não chega a se sentir perdido no filme não, a história geral é completamente independente. É uma comédia divertida, com ótimas atuações e situações bem engraçadas, tirando sarro tanto da igreja quanto da esquerda comunista italiana. O título no Brasil meio que considerou que seria o último filme do personagem, mas em 1965 teve o Don Camillo na Rússia fechando os cinco filmes do personagem. Achei o filme um pouco longo demais, podia ter uns vinte minutos a menos. 


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O INFERNO É PARA OS HERÓIS

Título Original: Hell is for Heroes
Diretor: Don Siegel
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 87min

Sinopse: No Outono de 1944, as forças nazistas, aliadas à Siegfried Line, detêm os dados, as fortalezas e o poder de fogo para vencer. E um punhado de recrutas tem pouco mais do que muita ousadia e a idéia genial de convencer os alemães de que eles são membros de uma grande força-tarefa dos Aliados. Será que eles conseguirão resistir até que os esforços cheguem finalmente?

Comentário: O filme é despretensioso e bem simples, ganha o telespectador por isso. Steve McQueen interpreta aqui um personagem sem carisma nenhum, cuzão e sociopata, conseguiu com brilhantismo encarnar no personagem. Até o Bobby Darin, que eu prefiro bem mais cantando que interpretando, consegue convencer neste filme. A direção do sempre competente Don Siegel é só mais um dos fatores que fazem desta película um ótimo filme de guerra. A narrativa é simples e não tenta ser mais do que ela é, não tenta nos apresentar um filme brilhante, mas sim chegar ao final com o dever cumprido, sendo um ótimo entretenimento, ter bons personagens e ser um filme bem feito. Recomendo para os fãs do McQueen e dos filmes de guerra.


SACO DE PULGAS

Título Original: Pytel Blech
Diretora: Vera Chytilová
Ano: 1962
País de Origem: Checoslováquia
Duração: 42min

Sinopse: O filme retrata o cotidiano de uma garota num colégio interno típico de uma pequena cidade durante a era da Checoslováquia socialista. Jana rebela-se contra as estruturas rígidas da instituição, ganhando assim a admiração de muitas garotas.

Comentário: É um média metragem bem simples, a ideia de ser filmado em primeira pessoa (a câmera acaba fazendo o papel de uma garota novata chamada Eva) foi uma bela sacada. Tudo é muito sutil e cuidadoso, talvez pra passar durante a censura soviética da época. No geral é um filme bom, mas que podia ser melhor, mas por ser o primeiro filme da diretora que se tornaria uma grande cineasta do país no futuro, é um belo começo de carreira. Não entendi porque tem esses garotos no pôster, já que são praticamente insignificantes para o filme. A direção e a parte técnica são o grande destaque aqui.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O PLANETA DAS TEMPESTADES

Título Original: Planeta Bur
Diretor: Pavel Klushantsev
Ano: 1962
País de Origem: Rússia
Duração: 82min

Sinopse: Filme soviético de ficção científica ao estilo de Júlio Verne, baseado na então hipótese científica considerada séria, de que Vénus teria uma atmosfera semelhante à da Terra primordial, e de que uma expedição tripulada seria possível.

Comentário: O filme tem um ritmo atípico pra uma ficção científica da época, mas não consegue deixar de cair nos mesmos clichês. Começa em um ritmo bastante real, lento, com aquela atmosfera espacial de 2001 do Kubrick e você pensa que vai ser um filmão. Depois vem a exploração com planeta, monstros, dinossauros e plantas carnívoras e você percebe que não é um filme tão diferente assim dos outros. O robô podia ser melhor utilizado, mas me pareceu apenas um filme filmado pela União Soviética copiando os filmes americanos, sem mais nada de inovador. A teoria de polinização planetária é o diferencial do filme, as questões que abordam é bem interessante e podia ser mais discutida durante a narrativa. No geral é um filme acima da média, que é diversão garantida, mas poderia ter sido bem melhor.


FEITIÇO HAVAIANO

Título Original: Bue Hawaii
Diretor: Norman Taurog
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 101min

Sinopse: Após prestar o serviço militar, um jovem (Elvis Presley) volta para a casa dos pais em Honolulu, no Havaí, e começa, contra a vontade deles, a trabalhar em uma agência de turismo. Ao mesmo tempo seduz as funcionárias do hotel ao som de românticas canções.

Comentário: Os filmes do Elvis me levam de volta as minhas noites de insônia quando era bem pequeno, devo ter assistido a maioria no antigo Corujão. Esse começa bem, as partes de conflito do personagem com a família são as melhores partes do filme para mim, mas vai decaindo um pouco o ritmo com alguns clichês e situações previsíveis. As partes dele como guia turístico de cinco mulheres é bem mais do mesmo. Mas é um filme com o rei do rock, todos seguem uma certa linha narrativa bem parecida: romance, outras mulheres atrapalhando o romance, muita música e um final feliz. A lição que se tira daqui é, cuidado ao ser amigo de um garoto rico, porque quando se meter em confusão com ele vocês vão pra cadeia junto, mas o papai dele vai pagar só a fiança do filho e os amigos ficam na cadeia sem aparecer mais até o final do filme.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

TOTÒ CONTRA MACISTE

Título Original: Totò Contro Maciste
Diretor: Fernando Cerchio
Ano: 1962
País de Origem: Itália
Duração: 96min

Sinopse: Mais uma excelente comédia de Totò com a grande participação de Nino Taranto, Totokaman e Trantakaman, respectivamente. O primeiro é o suposto filho do deus Amon que usa sua falsa identidade para se apresentar nas praças e clubes noturnos onde demonstra sua força física através de truques. O segundo é seu “empresário”. Sua fama se espalha em Tebas fazendo com que o Faraó o convoque para enfrentar o violento Maciste que ameaça a cidade.

Comentário: Filme engraçadíssimo que não se leva a sério em nenhum momento e por isso acerta a mão em todos os momentos da narrativa. Totò está ótimo no papel de Totokaman e sua química dividindo a tela com Nino Taranto deixa o filme ainda melhor. Toda a trama cheia de clichês fica ainda mais engraçada com os diálogos rápidos e dinâmicos, marca registrada nos filmes do comediante. A direção é boa e a história é melhor ainda conforme o filme vai chegando ao final, pois vai ficando cada vez mais sem pudores de cair no pastelão. Maciste ficou famoso na Itália e teve uma porrada de filmes, recentemente o Rutger Hauer fez um filme (O Futuro, baseado em um conto do Roberto Bolaño) onde faz o papel de um antigo ator que interpretava o Maciste, agora aposentado. Imagino o marketing que este filme teve onde de um lado havia Totò, famoso comediante, contra Maciste, famoso por filmes de ação e testosterona. Ótima pedida pra se dar umas boas risadas.