quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

GÂNGSTERS DE CASACA

Título Original: Mélodie en Sous-Sol
Diretor: Henri Verneuil
Ano: 1963
País de Origem: França
Duração: 102min

Sinopse: Recém-saído da prisão, um ladrão veterano despreza os planos de sua mulher de viver uma vida tranquila e longe do crime. Juntamente com um antigo companheiro de cela, ele planeja um grande assalto a um cassino em Cannes.

Comentário: Duas gerações de astros do cinema francês se encontram neste filme. Jean Gabin já um ator veterano com um excelente currículo nas costas e Alain Delon, que mostra que antigamente não adiantava ser só um rostinho bonito, mas era preciso saber atuar. Um típico filme sobre assalto a cassinos desses que a gente vê a rodo em Hollywood hoje em dia, mas em uma época em que não eram tão comuns. O roteiro é bem amarrado e consegue te deixar apreensivo. O assalto, ao mesmo tempo em que é meticulosamente planejado e profissional, tem outros pontos bem amadores e que parecem não se encaixar muito bem. Um final surpreendente, mas que acontece de maneira muito rápida. Vale a assistida, pena que não achei uma versão em HD.


QUEM TRABALHA ESTÁ PERDIDO

Título Original: Chi Lavora è Perduto
Diretor: Tinto Brass
Ano: 1963
País de Origem: Itália
Duração: 77min

Sinopse: Bonifácio tem 27 anos e se encontra vagando em Veneza. Ele está tentando decidir se aceita um emprego ou não. Ao fazer isso, ele relembra toda a sua vida passada: sua história de amor com Gabriella, seu velho amigo Cláudio, que sempre tinha considerado a trabalhar como uma coisa que valha a pena, como a guerra, e os "partisans". O que ele vai fazer?

Comentário: O filme é bom, o primeiro de Tinto Brass, que veio a ficar mais conhecido com filmes com altas doses de erotismo. A direção é bastante competente já demonstrando que ele iria se destacar como cineasta, mas o filme em si não prende, parece ser bem mais comprido do que é e se perde demais em sua linha narrativa. Vale a conferida pra quem é fã do Tinto Brass mesmo, mas no geral achei o filme bem abaixo do que poderia ter sido, é um filme regular, com ótimas cenas, mas que no geral fica devendo.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

DESAFIO DO ALÉM

Título Original: The Haunting
Diretor: Robert Wise
Ano: 1963
País de Origem: EUA
Duração: 111min

Sinopse: O Dr. Markway (Richard Johnson) faz uma pesquisa para provar a existência de fantasmas e, com isso, se interessa pela Hill House, uma mansão com 90 anos localizada na Nova Inglaterra e que tem em sua história mortes, violência e loucura. Junto com ele estão Luke Sanderson (Russ Tamblyn), um cético que está para herdar a casa, a misteriosa e clarividente Theodora (Claire Bloom) e a insegura e carente Eleanor Lance (Julie Harris), cujos dons psíquicos a transformam no instrumento de ligação com os espíritos da velha mansão. Gradativamente fica óbvio que eles encontraram algo muito maior e aterrorizante do que poderiam imaginar.

Comentário: O filme segue o padrão do gênero terror dos anos 60, mas por ser dirigido por Robert Wise você acaba esperando um algo mais, portanto no geral o filme decepciona. Não que o filme seja ruim, dá pra compará-los com alguns do Roger Corman ou William Castle, mas mesmo assim fica aquém dos melhores destes diretores citados. Diverte, envolve em alguns momentos, mas está muito abaixo do que poderia ter sido. Pra mim, a personagem interpretada pela Claire Bloom (Theodora) é a melhor de todas e muito pouco aproveitada. Houve um remake em 1999 dirigido por Jan de Bont, que no geral não acho nem melhor e nem pior que a obra original, tem pontos melhores e pontos piores. Vale a assistida pela direção do Robert Wise, tem sequências de fotografia muito boas, mas é um de seus filmes mais fracos que já assisti.


A MULHER INSETO ou TRATADO ENTOMOLÓGICO DO JAPÃO

Título Original: Nippon Konchûki
Diretor: Shohei Imamura
Ano: 1963
País de Origem: Japão
Duração: 123min

Sinopse: É entre os camponeses, os miseráveis, os gângsteres e as prostitutas que Imamura encontra terreno fértil. A Mulher Inseto (Nippon Konchuki, 1963), uma de suas obras-primas do período, conta a história de uma camponesa que, tal como um inseto, faz sua escalada da sobrevivência. Tendo atravessado, desde a adolescência, a violência sexual e o incesto, sua mudança para a cidade grande a conduz diretamente à prostituição e afinal ao controle de um bordel, onde passa a praticar toda sorte de atos vis, dos quais antes fora vítima. O tratamento do personagem como uma verdadeira heroína é absolutamente novo no até então moralista cinema japonês. E as tomadas de estilo documental, nas quais frequentemente o personagem principal não passa de uma cabeça perdida na multidão das ruas da cidade, propõem exatamente o oposto das imagens de estúdio da Shochiku, sempre bem compostas e nítidas.

Comentário: Estava bastante empolgado para assistir este filme devido as referências que David Cronenberg usou em seu livro "Consumidos", mas foi meio decepcionante. Não sou grande fã do cinema de Imamura, acho que ele se perde ao longo de suas narrativas desconexas e truncadas. Esperava que a personagem agisse como um louva-a-deus  fêmea que arranca a cabeça do macho, ou algo do tipo, mas achei a personagem muito fraca, dependente e entregue aos homens que controlam sua vida, mostrando o domínio masculino da sociedade japonesa. Já assisti três filmes do diretor e nenhum caiu muito nas minhas graças, mas de todos, achei este o mais fraco.