quarta-feira, 20 de abril de 2016

O PROFESSOR DE VIGEVANO

Título Original: Il Maestro di Vigevano
Diretor: Elio Petri
Ano: 1963
País de Origem: Itália
Duração: 105min

Sinopse: Antonio Mombelli (Alberto Sordi) é um professor do primeiro grau em Vigevano, apaixonado por sua profissão que não é bem remunerada. Sua esposa, Ada, não se adapta ao padrão de vida que leva e deseja trabalhar, como também queria que seu filho, Rino, fizesse o mesmo.

Comentário: Um ótimo filme de Petri, mas que não é assim tão fácil de digerir. O filme tem momentos leves e divertidos, em contraponto também é denso e dramático. Conforme o filme vai se desenvolvendo mais pesado e reflexivo fica. Uma critica ao machismo, questões sociais, valorização do professor, frustrações e (porque não?) ao próprio modo de vida capitalista. Volto a declarar o que disse no comentário do filme As Mãos Sobre a Cidade, a Itália dos anos sessenta é o Brasil de hoje, o paralelo é idêntico, o filme deve ser super datado na Itália, mas assistindo ele e transpondo pro Brasil, é super atual. O elenco é ótimo, a direção é ótima e a música de Nino Rota é perfeita.


RABO DE FOGUETE

Título Original: Visit to a Small Planet
Diretor: Norman Taurog
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 85min

Sinopse: Jerry Lewis é o alienígena Kreton, atrapalhado e curioso por descobrir como é a vida na Terra. Sai escondido de seu planeta e aterrissa no quintal de um famoso jornalista de TV que não acredita em extraterrestres. Kreton deseja fazer um estudo dos humanos e se apaixona pela filha (Joan Blackman) do jornalista, mas sua incapacidade provoca uma série de confusões e coloca a vida do jornalista de cabeça para baixo.

Comentário: Jerry Lewis em sua melhor forma, o filme é muito divertido e serve como comédia e crítica social muito bem. Lewis é e sempre será o eterno palhaço e mesmo que o gênero comédia seja um dos que mais fiquem datados no cinema, achei este muito divertido. O jornalista interpretado por Fred Clark ajuda muito o ritmo do filme, consegue interpor um equilíbrio muito bom em todas as cenas que divide com Lewis. Se houvessem um remake o papel de Clark teria que ser interpretado por J.K. Simmons. O filme é baseado na primeira peça escrita pelo premiado Gore Vidal, que foi concebida para um programa de televisão. O disco voador ficou muito bem feito pela época e orçamento do filme e a cena com os beatniks foi hilária.


quarta-feira, 13 de abril de 2016

SERVIDÃO HUMANA

Título Original: Of Human Bondage
Diretor: Ken Hughes
Ano: 1964
País de Origem: Inglaterra
Duração: 95min

Sinopse: Philip Carey tem ambições artísticas, mas um crítico o desencoraja, assim vai estudar medicina e conhece uma garçonete, Mildred Rogers, por quem fica profundamente apaixonado. Porém, apesar de saírem juntos, ela decide se casar com outro homem. Ao retornar grávida, ele a aceita. No entanto ela tem um lado amoral difícil de ser controlado, o que cria novas complicações. Drama clássico baseado no livro de W. Somerset Maugham.

Comentário: Há uma primeira versão baseada no filme dirigida por John Cromwell em 1934, mas não assisti. Esta conta com um roteiro de Bryan Forbes (diretor dos ótimos O Vento Também Tem SegredosA Mulher Que Pecou). Deve ter tido alguma briga na produção, já que Forbes dirigiu o filme durante a primeira semana de filmagens e nem foi creditado, depois Ken Hughes assumiu o projeto que contou ainda com a participação de Henry Hathaway na direção de cenas adicionais, ou seja, a produção deve ter tido vários pepinos. Kim Novak está ótima no papel, meiga e perversa, adorável e odiável, um misto de sentimentos. Laurence Harvey (ele mesmo, pai da Domino Harvey daquele filme do Tony Scott) consegue ser extremamente cativante e passar muito bem a psicologia de alguém que vive remoendo o fato de ser um deficiente físico. Adorei o filme, consegue manter a narrativa muito bem, excelentes atuações e mostrar a vida como ela é de forma crua. Só acho que se Forbes tivesse dirigido até o fim seria um trunfo ainda maior, já que o diretor está entre meus preferidos da Inglaterra e consegue cair como uma luva neste tipo de filme.


O CORVO

Título Original: The Raven
Diretor: Roger Corman
Ano: 1963
País de Origem: EUA
Duração: 86min

Sinopse: Após a morte de sua esposa Leonore o mago Esramus Craven perdeu a vontade de viver, até que um dia recebe uma estranha visita, um Corvo bate a sua janela. Adaptação do famoso conto 'O Corvo' de Edgar Allan Poe.

Comentário: Um filme fanfarrão e muito divertido do diretor Corman, com um belo elenco. Temos Vincent Price com seu jeitão de sempre, o icônico Boris Karloff marcando uma forte presença como o vilão, Peter Lorre tirando várias gargalhadas dos telespectadores e Jack Nicholson no começo de carreira. O filme está longe de ser sério e de seguir um clima sombrio dos poemas de Poe, mas consegue entreter de maneira muito boa. A cena do duelo de magia entre Price e Karloff é um dos melhores da história do cinema, a cara do Price é impagável. As cenas do corvo são muito bem feitas. Recomendo, boas risadas, boa história, boas atuações e boa direção.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

A VIDA ELEGANTE DO SR. COMUM

Título Original: Eburi Manshi No Yûga-na Seikatsu
Diretor: Kihachi Okamoto
Ano: 1963
País de Origem: Japão
Duração: 102min

Sinopse: Baseado na novela homônima de autoria de Hitomi Yamaguchi, esta comédia retrata o cotidiano de homem comum, assalariado, que usa a si mesmo como exemplo para escrever um conto. Edição audaciosa e sequências animadas estão entre as originais técnicas incorporadas nesta obra-prima singular. Um retrato do Japão que ainda buscava fechar as cicatrizes deixadas pela guerra.

Comentário: Gostei de todos os filmes que assisti do diretor Kihachi Okamoto, este era pra ser o melhor de todos se não fosse os 30 minutos finais que derruba um pouco a narrativa que estava indo tão bem e cai no melodrama pós-guerra. Mas tirando o final que não me agradou muito, o resto do filme é espetacular, a narrativa é ótima, a direção é perfeita e a atuação de Keiju Kobayashi é de ganhador de qualquer premiação. Ainda prefiro o Projeto de Assassinato do diretor, mas este é melhor do que A Última Cena de Tiros. As partes animadas, as cenas inovadoras (como a apresentação das roupas) e a construção dos personagens só mostram que o diretor merecia melhor reconhecimento de seu trabalho.


O DESPREZO

Título Original: Le Mépris
Diretor: Jean-Luc Godard
Ano: 1963
País de Origem: França
Duração: 103min

Sinopse: Paul Javal é um roteirista que vai a Roma para trabalhar em uma adaptação da obra A Odisséia, que contará com a direção do cineasta alemão Fritz Lang. Enquanto decide os últimos detalhes para aceitar o trabalho, sua relação com a esposa, Camille, começa a desabar, em um jogo de paixão, ciúmes e desprezo.

Comentário: O Desprezo está para Godard assim como está para Fellini, mas ainda prefiro o de Fellini. Godard esbanja talento neste filme, metalinguagem, diálogos excelentes, direção excepcional e muita poesia. A música de Georges Delerue é perfeita, mas vai cansando com sua repetição. As interpretações que o filme pode ter beiram ao infinito, minha visão é que o desprezo vêm do marido e não da personagem de Brigitte Bardot, mas daí precisaria escrever um livro pra me defender. As participações de Fritz Lang são a cereja no bolo. Não gostei do final, acho que o Godard se auto copia e parece querer terminar o filme de uma maneira mais fácil ou com um choque desnecessário pra película, funciona em Acossado, fiquei com um pé atrás em Viver a Vida, mas aqui já caiu no pedantismo. Tirando isso o filme ficou com uma nota nove por essas marteladas que ficam dando no cérebro, te faz pensar, te tira do ponto de equilíbrio. Brigitte Bardot está maravilhosa e Jack Palance atua muito bem, cheguei a ficar com asco do personagem.

domingo, 3 de abril de 2016

ROBUR, O CONQUISTADOR DO MUNDO

Título Original: Master of the World
Diretor: William Witney
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 102min

Sinopse: No século 19, a pequena Morgantown, na Pensilvânia, é atingida por um tremor de terra. Para aumentar ainda mais o susto da população, uma misteriosa voz vinda da cratera de um vulcão inativo faz ameaças apocalípticas ao mundo. Strock (Charles Bronson), um agente do governo americano, é designado para investigar o caso. Pede ajuda a um fabricante de armas que, junto com a filha e seu namorado, embarcam num balão até a montanha. Não demora muito para serem atingidos, derrubados e aprisionados por Robur (Vicent Price), um cientista notável que no comando de uma fortaleza voadora futurística chamada Albatroz, pretende colocar em prática um plano para acabar com as guerras no mundo.

Comentário: Excelentes atuações e um ótimo ritmo e desenvolvimento fazem deste filme uma ótima pedida no gênero aventura, os fracos efeitos especiais não atrapalham tanto. Baseado em dois livros de Julio Verne (Robur, o Conquistador e no O Senhor do Mundo) que consegue trazer a tona uma discussão bem mais intensa do que parece. Quando o personagem de Prudent, fabricante de armas pergunta "O fabricante de armas é responsável pelas ações de quem as usa?" e obtém a incrível resposta de Robur "Claro que sim, senhor. Todos os homens são responsáveis pelos demais homens" o filme já me ganhou. Vincent Price convence muito como Robur e consegue cativar e causar dúvidas ao mesmo tempo. Bronson no seu papel usual de fodão caladão. Há mais diálogos excelentes que não vou colocar aqui, mas o filme vale bastante a pena. O final é clichê e não é ao mesmo tempo, consegue gerar várias perguntas ao telespectador. A pergunta que me ficou é de que lado realmente eu ficaria no filme?


OS PRIMEIROS HOMENS NA LUA

Título Original: First Men in the Moon
Diretor: Nathan Juran
Ano: 1964
País de Origem: Inglaterra
Duração: 103min

Sinopse: Baseado em conto de HG Wells. O mundo fica encantado quando uma espaçonave com uma tripulação composta por astronautas de vários países pousa na Lua. Imaginam serem os primeiros. Mas o encanto transforma-se em choque quando descobrem uma velha bandeira Britânica e um documento declarando que a Lua foi conquistada pela Rainha Vitória, provando que os astronautas não foram os primeiros homens na Lua.

Comentário: Este é o décimo trabalho em efeitos especiais de Ray Harryhausen, pai da animação quadro a quadro. Os efeitos especiais são fantásticos e o grande ponto alto do filme. Um ótimo filme de aventura, daqueles que não se fazem mais hoje em dia (ou fazem e eu virei um velho nostálgico), mas ele consegue cumprir muito bem o que promete, diversão para todas as idades. O desfecho é meio rápido demais e alguns furos no roteiro não atrapalham em nada o entretenimento do espectador. Direção muito boa em uma época que a ficção científica podia não ser tão focada na realidade, mas com certeza era mais divertida.