sábado, 28 de maio de 2016

QUANDO SÓ O CORAÇÃO VÊ

Título Original: A Patch of Blue
Diretor: Guy Green
Ano: 1965
País de Origem: EUA
Duração: 105min

Sinopse: Homem negro e experiente passeia pelo parque quando encontra uma jovem linda, branca e cega. Eles ficam amigos e passam a se encontrar todos os dias. Aos poucos eles vão se tornando cada vez mais íntimos, mas a mãe da moça está convencida de que qualquer homem se interessaria pela filha apenas por sexo.

Comentário:  Pulando para o ano de 1965 porque um amigo meu é apaixonado por este filme e me fez assistir antes da hora, então fica minha homenagem pra ele. O filme é muito bom, comovente e consegue manipular o telespectador muito bem para aquilo que ele propõe. Poitier chega a sumir frente ao talento da novata Elizabeth Hartman, e convenhamos que conseguir colocar o Poitier de escanteio não é das tarefas mais fáceis. A música conduzida pelo famosíssimo Jerry Goldsmith (que teve mais de quinze indicações ao Oscar em toda sua carreira, também foi indicado por este aqui) conduz toda a película de maneira única. Shelley Winters ganhou seu segundo Oscar aqui, mas achei o papel dela meio exagerado. Minha única crítica ao filme é algumas situações de exagero extremo no que diz respeito a criação da moça, não achei que precisava disso pra gerar uma empatia tão grande por ela. O final é perfeito, sem forçar a barra, sem cair no dramalhão, vale muito a pena assistir.


COMO DUAS GOTAS D'ÁGUA

Título Original: Als Twee Druppels Water
Diretor: Fons Rademakers
Ano: 1963
País de Origem: Holanda
Duração: 113min

Sinopse: O comerciante de charutos Ducker mantém-se quieto durante a Segunda Guerra Mundial. Isso muda quando o paraquedista Dorbeck aterrissa em seu quintal. Acontece que o paraquedista tem uma notável semelhança com ele. Ducker segue cegamente Dorbeck ficando envolvido na resistência holandesa e logo começa a matar pessoas.

Comentário: Um belo filme de Rademakers, diferente do seu anterior (A Faca), aqui temos um clima de dinamismo, mais movimentado, porém um pouco entrecortado como se tudo fossem pistas deixadas para um telespectador detetivesco. O filme tem um tom de irrealidade que ajuda bastante na construção do final. Uma psicodelia paira no ar o tempo todo, personagens que aparecem e somem como fumaça. Gostei bastante do final aberto, muita coisa fica no ar para o telespectador pensar, mas nenhuma resposta é dada, apesar de parecer que ela está lá.


quarta-feira, 25 de maio de 2016

ESTRELA DE FOGO

Título Original: Flaming Star
Diretor: Don Siegel
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 92min

Sinopse: Os anos seguintes ao término da Guerra Civil americana fez com que o oeste fosse palco do convívio de duas culturas distintas, representadas pelo homem branco e pelos indígenas. Neste ambiente vive Pacer Burton (Elvis Presley), filho do rancheiro branco Sam Burton (John McIntire) e de Neddy (Dolores del Rio), que pertence à tribo Kiowa. Quando o confronto entre os colonizadores e os nativos tem início Pacer se vê envolvido pela violência gerada, apesar de tentar promover a paz entre os lados conflitantes.

Comentário: Pensei que todo filme com o Elvis fosse com muita cantoria e com ele pegando beldades, bem, eu estava enganado. Estrela de Fogo foge de todos os esteriótipos dos filmes do Rei do Rock. Um faroeste muito bem desenvolvido que é muito subestimado pelos críticos, temas e discussões interessantes sobre preconceito e o lado escuro do "civilizado" e do "selvagem" fazem deste faroeste, não algo único, mas de uma excelente relevância para os dias de hoje. Elvis dá um show, e parece não ter nenhum problema de ego em dividir um pouco o protagonismo com Steve Forrest, que faz o papel de seu irmão. Todo o elenco brilha e tem seu momento. O final impressiona, infelizmente o tempo curto é minha única critica, que não permitiu que todo o potencial do filme fosse atingido. Achei que já tinha visto todos os filmes com o Elvis quando era moleque, mas não tinha visto este, provavelmente é um dos melhores filmes do Rei.


JOVENS AFRODITES

Título Original: Mikres Afrodites
Diretor: Nikos Koundouros
Ano: 1963
País de Origem: Grécia
Duração: 91min

Sinopse: Pastores nômades, atormentados pela seca, acampam em uma local com água doce abundante. Os homens do local partiram para longe, mas devem retornar quando as chuvas voltarem. Um jovem pastor e uma garota local, à beira da puberdade, envolvem-se em um jogo de descobertas amorosas. Ao mesmo tempo, um dos pastores adultos aproxima-se de uma bela mulher local e tenta convencê-la a deitar-se com ele. Ela o repele e o aproxima ao mesmo tempo. Seu amor é para sempre, ou ele apenas quer seu corpo? O subtexto dramatiza a relação entre amor passional e carnal, expõe o despertar da paixão na puberdade e o poder destrutivo causado pela desilusão amorosa e pelo fim da inocência.

Comentário: É um filme difícil, com poucos diálogos, mas com cenas belíssimas, muito bem conduzido. A abertura do filme e a música combinam muito bem e já trazem uma reflexão que o filme nos obriga a contemplar. A atriz Eleni Prokopiou consegue retirar suspiros em todas as cenas que aparece interpretando a misteriosa Arta, mas é a garota com o garoto que conseguem roubar as cenas. O final é meio indigesto, mas não revelo mais nada, faz com que a cabeça de voltas para lugar nenhum. O filme foi ganhador de dois prêmios no Festival de Berlin levando, inclusive, o Urso de Prata. Extremamente contemplativo, mas chega a cansar um pouco.